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05/08/2013 05/08/2013 17h46m
Acolhimento Psicossocial: prefeitura realiza mais de 5 mil atendimentos, em seis meses do serviço
Passados seis meses do acolhimento psicossocial aos familiares, sobreviventes e comunidade em geral, afetada com o incidente da Boate Kiss, ocorrido no dia 27 de janeiro, a Prefeitura de Santa Maria, por meio da Secretaria de Saúde, divulgou o balanço do serviço. Segundo dados quantitativos levantados até o dia 31 de julho, pela equipe da Atenção Psicossocial, no total foram realizados 5.525 atendimentos, sendo a predominância a familiares (pais, irmãos, primos, filhos, tios e avós) de vítimas, seguido dos sobreviventes. (confira o relatório completo no anexo)
Os atendimentos foram distribuídos, segundo relatórios quinzenais e mensais, em atendimento individual, visitas domiciliares e atendimentos médicos, entre outros. Inicialmente denominado Atendimento Psicossocial 24 horas, e instalado junto ao Caps Caminhos do Sol, na Borges de Medeiros, com a contratação de novos profissionais pelo município, o serviço passou a funcionar em sede própria, na Rua Tuiuti, nº 1026, com a denominação de Serviço Acolhe Saúde, constituindo-se no 6º serviço de Saúde Mental de Santa Maria.
Também houve ajuste, com base no fluxo da demanda, no horário de funcionamento do serviço. Atualmente, o Acolhe Saúde está disponível durante 24 horas de segunda a sábado, e aos domingos e feriados a referência para atendimento é o Pronto Atendimento Municipal (PA) e a equipe gestora do Acolhe Saúde, por meio do telefone (55)91674026. O serviço também dispõe de um e-mail para contato institucional: acolhimento24horas@gmail.com.
A coordenação do Acolhe Saúde faz reuniões semanais para discutir casos e avaliar o seu processo de trabalho para a rede de Saúde de Santa Maria. A equipe também mantém constantemente referência para o vínculo com a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de SM, dentro das possibilidades de atendimento psicossocial preconizado pela Política Nacional de Saúde Mental na lógica da Política Nacional de Humanização. Segundo o Grupo Gestor do serviço, atualmente existem 127 usuários referenciados e acompanhados periodicamente pela equipe de profissionais do Acolhe Saúde, no sentido de qualificar o cuidado em promoção de saúde.
A equipe de saúde mental, que trabalha diretamente com os usuários deste serviço, formada por psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, entre outros profissionais, reforça as orientações sobre os sinais e sintomas de reação à perda, que podem ser cognitivos, emocionais, comportamentais, ou físicos. (Confira abaixo)
Nesse sentido, um dos cuidados nos primeiros momentos do acolhimento às pessoas que passaram por situações de perda é a escuta qualificada para também uma classificação de riscos, no que diz respeito da saúde mental do sujeito. “Percebe-se que nesses seis meses, a presença da dor da perda e da necessidade de um olhar e escuta qualificada é evidente e significante na sociedade santa-mariense, porém com algumas particularidades inerentes ao processo de enfrentamento da perda que fazem o serviço de Acolhe Saúde”, ponderam.
Sinais e sintomas de reação à perda
- Cognitivos (descrença, confusão, sensação de presença, preocupação e até mesmo alucinações)
-Emocionais (tristeza, raiva, culpa, ansiedade, solidão, fadiga, choque, anseio pela presença do ser perdido, alívio e desamparo)
-Comportamentais (comportamento “aéreo”, isolamento social, sonhos com a pessoa morta, evitar ou portar objetos que pertenciam a ela, choro e hiperatividade)
- Físicos (queixas de “aperto no peito”, “nó na garganta”, “vazio no estômago”, sensibilidade aumentada a ruídos, “falta de ar”, fraqueza, “boca seca”, “falta de energia” e despersonalização).
Atividades desenvolvidas
As ações do Serviço Acolhe Saúde estão sendo acompanhadas de forma direta, por uma equipe gestora que cuida desde os processos administrativos da unidade até os processos de trabalho que estão constantemente sendo pensados e repensados conforme a demanda e a real necessidade em promoção de Saúde Mental para o município. Neste processo, foram construídas redes de cuidado com os outros pontos de rede de atenção psicossocial como: Atenção Básica, CAPs Infantil – O Equilibrista; CAPs AD – Cia do Recomeço; CAPs AD – Caminhos do Sol; CAPs II Prado Veppo; Ambulatório de Saúde Mental, bem como com outras redes intersetoriais (Educação, Serviço Social, Cultura,etc)
* Confira no anexo o relatório dos seis meses da Atenção Psicossocial
Texto: Jorn. Vera Jacques
Fotos: Arquivo Prefeitura