Secretaria de Município de Mobilidade Urbana
29/06/2022 29/06/2022 09h14m
Dados dos últimos três anos de acidentes e mortes no trânsito demonstram reforço em ações educativas
Estatísticas foram reunidas e apresentadas aos representantes do Comitê Intersetorial do Programa Vida no Trânsito (CIPVT), durante reunião
Dados sobre acidentes em 2021 nas vias municipais, estaduais e federais apontam redução de vítimas fatais em mais de 34% em relação a 2011, início da Década de Ação pela Segurança no Trânsito, em Santa Maria. Nos sinistros com vítimas de lesões corporais houve redução de cerca de 36% em relação a 2019, quando começou a análise. Essas estatísticas foram divulgadas pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Mobilidade Urbana, através do Comitê Intersetorial do Programa Vida no Trânsito (CIPVT), em reunião que ocorreu na segunda-feira (27), no Sest/Senat.
Através das estatísticas gerais da sinistralidade nos últimos três anos em Santa Maria, em 2019, 2020 e 2021, foram registradas 26, 20 e 30 vítimas fatais, respectivamente, considerando as vias municipais, estaduais e federais. Na análise dos dados do PVT de vítimas fatais em logradouros municipais em 2021, foram registrados 12 acidentes com vítima fatal (confira abaixo os locais e mais dados).
O resumo da sinistralidade com vítimas fatais em 2021 aponta que as vias municipais são as de maior incidência. A natureza dos sinistros é, na maioria, de atropelamento e colisão lateral, tendo a participação da vítima, do condutor de motocicleta e do pedestre. Por sexo, 22 homens e 8 mulheres morreram no trânsito naquele ano. Já por faixa etária, com 75 anos ou mais foram 5 vítimas, de 30 a 34 anos, 4 vítimas, e entre 25 a 29 anos, também 4 vítimas. Os meses de maior incidência foram maio e dezembro, e os dias da semana, sábado e domingo, no turno da noite. Os potenciais de risco identificados, alcoolemia e velocidade, prevalecem como fatores determinantes de vítimas fatais.
No início de maio deste ano, a Secretaria de Mobilidade Urbana divulgou que em 2021 tinham sido 29 pessoas vítimas do trânsito. Porém, durante a reunião, a coordenadora Lucimar fez uma observação importante e explicou que mais uma vítima foi informada pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS). A vítima morreu depois do sinistro/acidente, e a informação só foi comunicada em meados do mês de maio deste ano. Por isso, alterou o resultado para 30 vítimas fatais (lista abaixo).
No resumo apresentado da sinistralidade de vítimas com lesões corporais, também consta como vias mais perigosas as municipais. A natureza dos acidentes foi colisão lateral, colisão traseira e atropelamento, tendo como participação da vítima condutor de motocicleta, passageiro, ciclista e pedestre. Dos 746 acidentes com lesão, 506 foram do sexo masculino e 240 do sexo feminino. A maior incidência de condutores ou passageiros entre 21 a 34 anos, e pedestres de 65 a 75 anos. Por dia da semana, sábado e quarta-feira (pela ordem) tiveram o maior índice, nos turnos da tarde e noite (dados abaixo).
Dados de 2022
Já nos dados do ano de 2022, são apresentadas estatísticas de sinistros com vítimas fatais do período de janeiro a 27 de junho, e de lesões corporais referentes ao primeiro trimestre. Em levantamento realizado pela Secretaria de Mobilidade Urbana, por meio do Programa Vida no Trânsito (PVT), 16 pessoas com idades, nas faixas etárias com maior índice, de 21 a 34 anos, 50 e 54 e 75 anos ou mais, seguida pela faixa de 15 a 17 anos, morreram no trânsito em 2022. Os dados correspondem às vias que ficam no entorno de Santa Maria, sendo nas municipais com três vítimas, nas estaduais com seis vítimas e nas federais com sete vítimas.
Ainda, com base na estatística deste ano, a natureza dos sinistros mais incidentes são o atropelamento, a colisão traseira e a colisão frontal. Por mês, os sinistros foram: janeiro, 1; fevereiro, 5; março, 2; abril, 1; maio, 4 e junho 3. Os dias da semana que aparecem com mais evidência são quinta e sexta-feira, no período da manhã e noite. A participação de vítimas são passageiros, pedestres, condutores e ciclistas, sendo 11 do sexo masculino e cinco do feminino.
Os registros da sinistralidade com vítimas de lesões corporais apontam 147 acidentes e 171 vítimas. Destes, 114 ocorreram em vias municipais, 13 em estaduais, e 20 em vias federais. Condutores de motocicletas representam 90 vítimas, sendo 78 do sexo masculino, passageiros de motocicletas foram 20, além de 17 pedestres, entre outros. A faixa etária apontou maior índice de vítimas com lesões entre 21 e 39 anos. As vítimas de atropelamento, estão na faixa etária de 60 a mais de 75 anos.
“Através da qualificação e da análise dos dados da sinistralidade no Município, tem-se um diagnóstico da sinistralidade, causas e consequências e tipos de vítimas, identificando locais de maior ocorrência de sinistros, a qualificação dos sinistros e das vítimas. Esse diagnóstico norteia o trabalho de todos os eixos para uma mobilidade segura, apontando onde é necessário intensificar ações, seja em fiscalização, educação, engenharia de tráfego e intervenções para um trânsito seguro”, explica a coordenadora do Programa Vida no Trânsito e do Comitê Intersetorial do PVT, Lucimar Garcia de Sá.
A Prefeitura de Santa Maria segue com ações educativas permanentes e de conscientização à população, com o objetivo de conter acidentes com lesões corporais e mortes no trânsito. A coordenadora lembra, também, a importância do cuidado e preservação da vida no trânsito. Por isso, durante todo o ano passado foram realizadas cerca de 90 ações educativas como blitze, campanha permanente “Volte Pra Casa”, palestras em escolas e em instituições públicas e privadas, além da participação nas ações da Balada Segura, promovidas pela Secretaria de Mobilidade Urbana.
Para conter os números de acidentalidade no Município, outras iniciativas são realizadas como a Campanha de Prevenção de Acidentes com Motociclistas – “Respeite a Vida”, e as blitze educativas “Respeite a Faixa”, que chama a atenção sobre as ocorrências de atropelamentos que envolvem pedestres, idosos e ciclistas, por exemplo. Para reforçar a importância da educação, seja como pedestre ou motorista, além de promover as blitze orientativas, a Coordenação do Programa Educação para o Trânsito da Secretaria de Mobilidade Urbana também realiza palestras em instituições de ensino. Outra ação desenvolvida com a participação do PVT, foi o Maio Amarelo. É um movimento internacional de conscientização para redução de acidentes de trânsito.
“Diante dessas estatísticas, achamos importante poder fazer uma integração e um movimento para facilitar o recebimento e também ter acesso aos dados dos sinistros, até poder fazer entrevistas com vítimas de lesões corporais, por exemplo, para poder atender e entender a dinâmica da acidentalidade. As pessoas precisam cada vez mais compreender a responsabilidade que cada um tem em posse de um veículo no trânsito. Nosso trabalho na secretaria consiste, ainda, em três temas, ou seja, três frentes, que são a fiscalização, a engenharia de trafego e a sinalização. Fico feliz porque conseguimos instituir o PVT em caráter técnico de avaliação de sinistralidade. É importante para podermos conduzir os nossos setores, tanto para apresentar esse diagnóstico como subsídio para a implantação operacional dos outros órgãos de segurança no trânsito, assim como, poder conduzir a fiscalização municipal, a engenharia de tráfego e a educação para o trânsito”, ressalta o secretário de Mobilidade Urbana, Orion Ponsi.
Acidentes de trânsito em 2021 com mortes*
Locais:
- Avenida João Machado Soares (2)
- Avenida Nossa Senhora das Dores (1)
- Avenida Hélvio Basso (1)
- Avenida Borges de Medeiros (1)
- Avenida Osvaldo Cruz (1)
- Avenida Paulo Lauda (1)
- Avenida Maestro Barbosa Ribas (1)
- Avenida Medianeira (1)
- Avenida Liberdade (1)
- Rua Pinto Bandeira (1)
- Rua Venâncio Aires (1)
*Os demais (18), aconteceram em rodovias, estaduais e federais
Vítimas com lesões corporais em vias municipais, estaduais e federais
- 2019: 953 sinistros (acidentes) e 1.163 vítimas com lesões corporais
- 2020: 733 sinistros com 896 vítimas com lesões corporais
- 2021: 608 sinistros com 746 vítimas com lesões corporais
Vítimas com lesões corporais em vias municipais
- 2019: 732 sinistros e 879 vítimas com lesões corporais
- 2020: 549 sinistros com 649 vítimas com lesões corporais
- 2021: 486 sinistros com 579 vítimas com lesões corporais
As vias municipais que apresentam o maior número de sinistros com vítimas de lesões corporais em 2021:
- Avenida Medianeira: 26
- Rua Venâncio Aires: 24
- Rua Euclides da Cunha: 19
- Avenida Borges de Medeiros: 15
- Avenida Dores: 15
- Rua Rio Branco: 13
- Rua Floriano Peixoto: 13
- Avenida Presidente Vargas: 13
- Rua Ernesto Beck: 11
- Avenida Paulo Lauda: 11
- Avenida Walter Jobim: 10
- Rua Barão do Triunfo: 9
- Avenida Liberdade: 9
- Rua Coronel Niederauer: 8
- Rua do Acampamento: 8
- Fontes: Detran-RS e Polícia Civil de Santa Maria. Organização: PVT/Secretaria de Mobilidade Urbana
O Programa Vida no Trânsito
A partir de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), que identificou os 10 países com maiores índices de vítimas no trânsito, situando o Brasil em quinto lugar, no relatório apresentado foi apontada a necessidade de intervenções mais eficazes para a segurança no trânsito. A OMS, em conjunto com a Organização das Nações Unidas (ONU), lançou a Década de Ação pela Segurança no Trânsito, 2011 a 2020, quando os países signatários se comprometeram a desenvolver ações e intervenções para a redução de 50% nos números de vítimas nas vias. No Brasil, a partir da assinatura dessa iniciativa, o projeto leva o nome de Programa Vida no Trânsito (PVT), inicialmente foi implantado em cinco capitais em 2012, representando as macrorregiões do país, passando a ser estendido a outras capitais e municípios. Sob a Coordenação do Ministério da Saúde em cooperação técnica da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), o PVT tem como característica principal o trabalho intersetorial e conjunto entre os diversos setores ligados direta ou indiretamente à problemática do trânsito. O objetivo principal é o fortalecimento das políticas de prevenção de lesões e mortes no trânsito e promoção de intervenções efetivas de segurança no trânsito.
Em Santa Maria, o Comitê Intersetorial do Programa Vida no Trânsito é presidido e coordenado pela Secretaria de Mobilidade Urbana e conta, ainda, com representantes indicados da Secretaria de Saúde, Secretaria Extraordinária de Comunicação, Secretaria de Educação, Câmara de Vereadores, Unidades Hospitalares Público e Privado, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, Guarda Municipal, Instituto Geral de Perícias, Polícia Rodoviária Estadual, Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Federal, 1º Regimento de Polícia Montada (RPMon), Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat), e Centros de Formação de Condutores Ativa e Viacentro.
Texto: Diniana Rubin (Mtb: 10.459)
Fotos: João Alves (Mtb: 17.922)
Secretaria Extraordinária de Comunicação
Prefeitura Municipal de Santa Maria